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Foto: BPS |
Ao intervir ontem na sessão comemorativa dos 71 anos dos Bombeiros Voluntários de Brasfemes, Acácio Monteiro sublinhou a necessidade de «a curto prazo melhorar o parque automóvel».
O comandante daquela corporação do concelho de Coimbra recordou que já no passado mês de Julho, na parte mais nevrálgica e quente do dispositivo especial de combate a incêndios florestais, alertara para a «ruptura em que as nossas viaturas se encontram».
E lembrou que são necessárias duas ambulâncias, sendo uma de transportes e outra de socorro. «Entendo que devem existir meios materiais para podermos exercer a nossa actividade e quando esses meios não existirem que não seja preciso mendigá-los ou estar sempre dependente da Câmara Municipal de Coimbra e/ou das verbas geradas pela associação que, como sabem, não chegam para quase nada», concretizou.
Acácio Monteiro aludiu a estas necessidades no dia em que a corporação passou a contar com 12 novos bombeiros no quadro activo.
O dirigente lembrou que nos primeiros tempos os Bombeiros de Brasfemes lutaram com dificuldades ao nível de recrutamento, instalações pouco condignas, tendo sido igualmente autodidactas na formação. Hoje, referiu, «as exigências são outras, uma vez que assentamos a nossa existência numa formação técnica permanente».
O comandante dos bombeiros deixou também uma palavra de saudade a todos os que “partiram”. «Envolvo nesta homenagem bombeiros e dirigentes que connosco conviveram», disse.
Acácio Monteiro referiu-se igualmente ao facto dos Bombeiros de Brasfemes substituírem, muitas vezes, outras entidades e o próprio Estado, dando igualmente conta do apoio prestado, na área da saúde, no Estádio Cidade de Coimbra e da formação como principal pilar na estrutura de socorro.
Cansado das dificuldades
Também o presidente da Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros de Brasfemes fez referência ao parque automóvel «cada vez mais degradado», dizendo-se cansado das dificuldades que se evidenciam.
«A situação é de crise e também somos afectados. Nos últimos cinco anos não podemos renovar o nosso parque automóvel», alertou. Ainda assim, Joaquim Fernando disse acreditar no futuro.
Aquele responsável frisou, no entanto, ser «gratificante sentir que a nível social a nossa acção é reconhecida no concelho e no país».
O presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Coimbra, Jaime Soares, por seu lado, aproveitou para criticar o impasse na questão das novas instalações dos Bombeiros Voluntários de Coimbra, que em seu entender já era tempo de estar resolvida.
O programa das comemorações dos 71 anos dos Bombeiros Voluntários de Brasfemes incluiu ainda romagem ao cemitério de Brasfemes, celebração de missa solene, desfile de bombeiros apeados e entrega de condecorações.
Apostar na formação contínua dos bombeiros
«Procuramos ter sempre actualizados os nossos bombeiros com níveis de formação exigidos para o exercício da sua função. Eles têm recebido formação interna nas áreas de técnicas de socorrismo, técnicas de salvamento e desencarceramento e estão a receber (até final deste ano) na Unidade Local de Montemor-o-Velho formação de combate a incêndios florestais, urbanos e industriais, bem como liderança e motivação humana», referiu Acácio Monteiro.
O comandante dos Bombeiros de Brasfemes explicou que são 10 acções de formação ministradas pela Escola Nacional de Bombeiros e recordou a criação, em 2007, da Academia, que tem dado os seus frutos, pois nestes três anos muito dos que completaram 18 anos passaram ao quadro activo.
Fonte: DC