quarta-feira, 4 de agosto de 2010

BV Brasfemes: Estamos à Beira da Ruptura

Os Bombeiros Voluntários de Brasfemes celebram 71 anos. Exaustos e com as viaturas a atingirem o ponto de ruptura aguardam uma data mais calma para assinalar a efeméride.

Com os termómetros a registarem temperaturas elevadas e os incêndios florestais a dispararem por todo o país, os bombeiros saem do quartel e levam um objectivo bem definido: “servir a comunidade”.

Em Brasfemes, quase uma centena de pessoas está ao serviço da corporação de bombeiros. “Temos 91 elementos, alguns a estagiar e outros que durante alguma temporada não podem dar apoio e estão no quadro de reserva. São mais 32 que a todo momento, querendo e tendo disponibilidade, podem regressar ao corpo de bombeiros e quadro activo”, assegura o comandante dos Bombeiros Voluntários de Brasfemes, Acácio Monteiro. “No que se refere ao pessoal estamos bem apetrechados”, afirma.

A principal lacuna com que se debatem na actualidade é o quadro de viaturas.No que toca às ambulâncias, a direcção “vai fazendo um esforço e vai adquirindo”, explica Acácio Monteiro. Mas quando se fala dos veículos de combate a incêndios florestais, a situação muda de figura. O problema que se coloca é que os bombeiros de Brasfemes estão “mesmo a entrar em ruptura em relação às viaturas de combate a incêndios florestais”, afirma o comandante. “Basta dizer-lhe que uma viatura de combate a incêndios florestais custa na base dos 130 mil euros e, aliás, o material dos bombeiros é muito caro”, acrescenta Acácio Monteiro, ao DIÁRIO AS BEIRAS.

Promessas ainda por cumprir

“Temos já alguns anos a esta parte a promessa de que fomos contemplados nas famosas 95 viaturas, que inclusivamente saiu no Diário da República, a nossa associação como sendo beneficiada, mas nada”, refere o comandante.

Neste momento os bombeiros dispõem de cinco veículos de combate a incêndios florestais. Duas viaturas ligeiras e três pesadas. “Recentemente tivemos um incêndio aqui na freguesia e num espaço de 10 minutos tínhamos cá 40 bombeiros. Como não havia viaturas ficaram aqui alguns de reserva”, exemplifica.

Acácio Monteiro assegura que não quer entrar “em polémica com os outros agentes da protecção civil, nomeadamente a GNR”, que na sua opinião é extremamente importante na vigilância e na prevenção. E à qual ultimamente foi dada a atribuição de combate a incêndios iniciais.

“É evidente que cada um tem a vocação para que nasce”, refere o comandante salientando que aos elementos do Grupo Intervenção de Protecção e Socorro têm sido “dadas todas as condições que aos bombeiros não são atribuídas”.

“É uma situação que terá que ser vista no futuro porque não há heróis e se existem são os bombeiros”, remata.

Fonte: Diário das Beiras