segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

FREEPORT


Não tem sido usual fazer comentários sobre notícias que se processam a nível nacional.
Mas esta deu-me vontade de rir.
Hugo Monteiro, o primo de José Sócrates, que segundo os investigadores ingleses terá sido subornado pelos promotores do Outlet Freeport, garantiu nunca ter recebido «qualquer valor» monetário relacionado com a construção do espaço comercial, admitindo que tal seja fácil de comprovar.
O primo do primeiro-ministro, que se encontra a fazer um retiro na China, referiu ainda, em declarações ao «Diário de Notícias», que regressa a Portugal só no próximo ano.
O primo do chefe do Governo, que está a realizar um retiro espiritual de artes marciais, admite que: «deve ser fácil para as autoridades comprovar que nunca recebi nada».
De acordo com a carta rogatória das autoridades inglesas. o filho mais novo de Júlio Coelho Monteiro, tio materno de Sócrates, terá recebido «luvas» dos promotorores do Freeport.
Pode ler-se na referida carta: «Mais tarde, o Freeport fez três ou quatro pagamentos em parcelas de 50 mil libras à Smith & Pedro. No vídeo de 3 de Março de 2006, Charles Smith alega que são pagamentos de subornos com o objectivo de satisfazer o acordo de 17 de Janeiro de 2002, a partir dos quais fez uma série de pagamentos em dinheiro a um primo de José Sócrates.» Os referidos pagamentos serão posteriores à aprovação da Avaliação de Impacto Ambiental.
Quando regressar a Portugal, daqui a um ano, «penso que a investigação já estará concluída», remata.
Resumo: Hugo Monteiro primo de José Sócrates e dono da “Neurónio Criativo” NEGOU QUALQUER ACTIVIDADE ILÍCITA, relacionada com o caso Freeport.
Que grande avaria.
Qualquer 'bruxo' concluiria que estamos perante dois cenários: ou está a dizer verdade, ou está a mentir.
Não estou a ver Hugo Monteiro a dizer que recebeu contrapartidas pelo trabalho ilícito (se existiu) prestado.
Tratar-se-ia de um individuo bastante imbecil ao alimentar a esperança de que, caso alguém tivesse mesmo recebido um cêntimo que fosse, o confessasse numa entrevista a um jornal, poupando, assim, trabalho à Justiça.
Para mim é importante esclarecer as razões que motivaram a que o processo tivesse demorado tão pouco tempo para aprovação e o afastamento de técnicos que deram parecer contrário à redução da ZPE e a nomeação política de alegados intervenientes no processo.
Era muito importante sabê-lo e o ruído suscitado por este tipo de não notícias desvia as atenções para os terrenos onde melhor se movem aqueles a quem interessa que essas questões não sejam esclarecidas.