Decorreu mais um Carnaval na pacata freguesia de Brasfemes.
Já se perdeu a conta do número de eventos entroduscos realizados em Brasfemes, mas seguramente, de forma organizada, são mais de 30.
Estava-se no início da década de ‘70’ e os miúdos de então com pensamento grande, dinamismo e muita força própria da juventude, resolveram, entre muitas coisas novas que faziam, dar continuidade ao que tido um sucesso uns anos atrás: o cortejo de Carnaval que então tinha sido feito e organizado…
Foi então que aquele grupo jovem diferente, saiu à rua pelo Entrudo com um cortejo que, embora improvisado e curto, mas, divertido e colorido e que teve bom acolhimento e adesão de toda a gente que teve o privilégio de o ver.
De modo a que nos anos seguintes eram essas pessoas a pedir que não nos esquecessemos que o Carnaval se aproximava e que havia que o preparar, até que se foi tornando uma rotina.
Sempre surgiam ideias novas. Sempre se alterava o que estava menos bem e a ideia do progresso, do andar para a frente estava sempre nas nossas cabeças, preservando por outro lado e sempre os ‘Jogos Tradicionais’ do Carnaval, como é o caso do “TOIRO”, “FUNIS”, etc. mas sempre na mais sã convivência, na fraternidade e respeito pelo próximo.
Aquilo que dantes era uma brincadeira, tornou-se aos poucos uma festa de alegria, num reforço de amizade e união, na valorização dos bons valores e até no aparecimento de uma loucura alegre e sadia em todos aqueles que realizavam um dos acontecimentos mais importantes na vida desta Aldeia, porque o êxito sucedia-se ano após ano.
É nesta fase que surge a 2ª fase do Carnaval. Será um Carnaval em estado adulto. A responsabilidade é grande e os riscos a correr são ainda maiores, pois agora a luta é de assegurar que o próximo Carnaval não seja inferior ao anterior.
Todos os anos se uniam esforços, se redobravam amizades, a fraternidade imperava.
Começa-se então nesta pequena exposição a falar de dinheiro, propositadamente para o fim, para que fosse o último ponto a ser falado e, consequentemente, para que seja melhor entendido e esclarecido para o futuro.
Todos ‘nós’ aqui presentes, da Comissão de Carnaval, nos lembramos como foi o primeiro Cortejo e respectivos Bailes: lenha avulso da serração que pedíamos emprestada numa visita nocturna; tintas gentilmente cedidas pelos pintores de automóveis e seus patrões; humor gratuito com piadas a granel e ‘Tinto quanto baste’ subtraído fora de horas das pipas de cada adega, para aquele Grupo que curtia o Carnaval, na mais sã camaradagem.
Em 1984 retoma a Comissão conta da Festa, sem o apoio dos Bairros e o êxito é aquele que todos nós temos ainda hoje presente.
Na actualidade é o CEREAC (CRAC) que organiza o Entrudo, e vão-se mudando as mentalidades e as ideias e no Carnaval de Brasfemes 2011 tudo teve o seu encanto natural, com excepção da denominada Raínha do Carnaval de Brasfemes (de seu nome JADE) que denotava pouco 'à vontade' e desintegrada de um movimento que não é o seu.
Ainda bem que o Rei (Pedro Roma) não compareceu.
Esta 'artista' não faz parte das tradições carnavalesta de Brasfemes